
A semana passada foi marcada por decisões relevantes de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O Copom manteve a Selic em 15,00% ao ano, reforçando a intenção de prolongar o período de juros elevados. Nos EUA, o Federal Reserve reduziu a taxa de juros em 0,25 p.p., em resposta à desaceleração do mercado de trabalho e à leve alta do desemprego. O FOMC sinalizou a possibilidade de mais dois cortes de 0,25 p.p. até o final de 2025, ajustando sua estratégia para sustentar a economia frente ao arrefecimento do emprego.
O IBC-Br recuou 0,5% em julho, acima da queda projetada pelo mercado, sinalizando perda de fôlego da atividade econômica e reforçando o impacto da política monetária restritiva. Apesar do arrefecimento, o mercado de trabalho brasileiro seguiu robusto.
A taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre encerrado em julho, mínima histórica, com alta da renda real média para R$ 3.484 e crescimento da massa salarial em 6,4% na comparação anual. A tendência é de aumento gradual do desemprego, com projeções de 6,2% para 2025.
Nos mercados, o Ibovespa encerrou a semana em novo recorde, subindo 2,53% e fechando a sexta-feira (19/09) aos 145.865 pontos. O desempenho positivo foi sustentado pelo setor bancário e pelo otimismo global após o corte de juros pelo Fed. O real se valorizou frente ao dólar, que terminou a semana praticamente estável em R$ 5,32, mas acumulou queda de 0,62% no período e de 1,86% no mês.
A combinação de juros elevados no Brasil e cortes graduais nos EUA cria um ambiente de diferenciais de taxa de juros que deve manter o real relativamente valorizado no curto prazo.
Agenda econômica
O destaque de segunda-feira (22/09) é a divulgação da ata do Copom, que trará detalhes da decisão de manter a Selic em 15%. Na quarta-feira (24/09), será conhecido o IPCA-15 de setembro, que deve refletir a desaceleração da atividade e a recente apreciação do real. Nos Estados Unidos, a quinta-feira (25/09) reserva a terceira leitura do PIB do 2º trimestre e dados de bens duráveis, enquanto a sexta-feira (26/09) trará o núcleo do PCE de agosto, principal métrica de inflação acompanhada pelo Fed.