BCB mantém postura dura enquanto Fed avalia PIB mais forte nos EUA.

Na semana passada, você leu a nossa análise exclusiva sobre o tom da ata do Copom, a prévia da inflação (IPCA-15) e os principais indicadores dos Estados Unidos, que reforçaram um quadro de continuidade do movimento desinflacionário no Brasil e uma atividade que ainda incomoda o Fed.

No cenário doméstico, a ata do Copom manteve viés contracionista, com predominância de termos que reforçam a Selic em 15% por período prolongado. Houve, porém, um leve sinal positivo, com menções à desaceleração da economia e ao início da desinflação. Na avaliação da ZIIN, o tom segue restritivo, mas não fecha totalmente a porta para cortes de juros em 2025

Ainda no Brasil, o IPCA-15 avançou 0,48% em setembro (5,3% em 12 meses), levemente abaixo da expectativa de 0,51%. O grupo Habitação registrou alta de 3,3%, impulsionada pelo aumento de 12,2% na energia elétrica, em movimento pontual. Já Alimentos (-0,4%) e Transportes (-0,3%) apresentaram quedas, contribuindo para conter o índice e reforçando o cenário de desinflação.

Nos Estados Unidos, o PIB do segundo trimestre foi revisado de +3,3% para +3,8%, sustentado pelo maior consumo de serviços. Para o terceiro trimestre, a projeção é de expansão próxima a 2,5%, apoiada por gastos das famílias e investimentos em equipamentos impulsionados por inteligência artificial. Apesar da força recente, a expectativa é de desaceleração nos próximos trimestres, o que mantém a perspectiva de início de cortes de juros pelo Federal Reserve. 

Em relação à inflação, o núcleo do índice de despesas de consumo pessoal (PCE) subiu 0,23% em agosto, mantendo a taxa anual em 2,9%. O setor de serviços segue como principal fonte de pressão, mas as projeções indicam núcleo próximo de 3,25% no início de 2026, caindo para cerca de 2% a partir do segundo trimestre, reforçando o cenário de afrouxamento monetário gradual pelo Fed.

Na semana, Ibovespa acumula queda e dólar mantém alta

Nos mercados, o Ibovespa encerrou o dia 26/09 com leve alta de 0,10%, aos 145.446,66 pontos, mas acumulou queda de 0,29% na semana. Já o dólar à vista caiu 0,49% no dia, cotado a R$ 5,3381, porém manteve alta semanal de 0,32%. Para a semana de 29 de setembro a 3 de outubro, a agenda econômica traz como destaques, no Brasil, os dados do CAGED e a taxa de desemprego da PNAD. Nos Estados Unidos, o relatório de vagas JOLTS e o Payroll devem orientar as expectativas em relação à política monetária americana.

 

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